quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Lembrança de domingo

Era mais um domingo de plantão na biblioteca. Um domingo comum como tantos outros.
Aquele senhor de aparência humilde e roupa suja de graxa despertou minha simpatia.
 Muito educado e com um sorriso no rosto, dirigiu-se a mim para solicitar um livro, e puxou asssunto falando da atual situação política e econômica do nosso país. O comentário foi muito inteligente. Eu pedi um momento e saí para ir até a  prateleira.
Ao entregar o livro em suas mãos, pude sentir o cheiro de graxa e óleo diesel...
Ele apanhou o livro e foi embora. 
Eu fechei os olhos por um instante e me veio um turbilhão de lembranças e automaticamente o rosto do meu pai em minha mente. Meus olhos encheram de lágrimas.
Era como se eu pudesse sentir a presença do meu pai naquele momento. Pude lembrar de quando eu era criança, de quando ele me punha para dormir, me trazia doces e gibis, de quando eu ficava esperando meu pai para jantarmos juntos  e tantas outras lembranças boas...
Foi uma emoção tão forte que senti um aperto no peito. Senti saudades de você pai, e me perguntei como seria se você estivesse aqui. Já faz tanto tempo... 
Isso só confirma que não esquecemos. Aprendemos a conviver com a ausência dos entes queridos.
Sou grata por aquele senhor tê-lo devolvido a mim por apenas por alguns instantes. 

sábado, 27 de abril de 2013

Estamos condenados.

Estamos condenados. Condenados e abandonados a nossa própria "sorte". Você sai de casa e não sabe se volta, como volta e se volta com todos os seus pertences.
Como é possível que numa época como a nossa a sociedade esteja tão fragilizada? Não temos segurança nem mesmo dentro de nossas casas ou de nosso trabalho.
As pessoas já não tem direito de usufruir de sair à noite, ou andar despreocupadas na rua, com um celular, o vidro do carro aberto, a bolsa pendurada no ombro ou simplesmente só ao cair da noite.
Como é possível o lugar que te acolhe uma vida inteira ao mesmo tempo ser um dos lugares que também que te impõe medo, intimida....
Você cai na paranoia, fica com medo de tudo, sente-se fragilizada. Então me questiono: nos dias de hoje somos quase que obrigados a viver confinados dentro de nossas casas com medo do que pode ou não acontecer conosco.
Isso é absurdo, é revoltante. Fiquei com esse sentimento de revolta, medo e paranoia por algum tempo ao ser vítima dessa violência.
Mas a vontade de viver é muito maior, porém o fato de já ter passado por assaltos e tentativas de assaltos ainda deixa "sequelas".
Eu ando na rua sempre achando que quem está do lado ou atrás pode ser o bandido da vez.
Procuro não andar sozinha. Celular na rua nunca!! Nem no ônibus, etc.....
Mas não posso deixar de viver. Quero de volta minha paz, meu sossego, apenas isso.
Onde estão os responsáveis por nossa segurança?? O prejuízo fica somente por conta da sociedade?
Que fica a mercê de bandidos inescrupulosos e nós somos apenas a parte impotente da situação.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Quando eu era criança eu quis ser muitas coisas e conforme o tempo ia passando isso ia mudando! 
Até meus 14 anos de idade mais ou menos foram várias profissões.... Às vezes fico pensando como seria legal ter sido ao menos metade delas, mas claro que isso não é possível. 
Eu me lembro bem, eu criancinha pegava a escova de cabelos da minha mãe (posso até descrever a escova: tinha o cabo azul e as cerdas pretas, dessas que a gente usa pra fazer escova) para brincar de repórter e ficava fazendo perguntas pra ela e para minha tia. 
Eu sempre fui uma criança tímida, na adolescência isso piorou muito mas quando o assunto era brincar e imaginar o futuro eu me esquecia da vergonha e da timidez.
Quis ser apresentadora de TV, quis ser professora, modelo, antropóloga, veterinária, médica....
Desde a quinta série eu sempre gostei muito de língua portuguesa e me saía muito bem nas redações. 
Fazia com gosto e eram sempre bem longas. Me lembro que escrevia com calma e não tinha pressa para terminar. 
O resultado era sempre o mesmo: 9 ou 10 de nota e muitas vezes a professora mandava a gente ler em voz alta para a sala. 
Claro que eu queria enfiar a cabeça num buraco de vergonha. Sentia as bochechas queimando de vergonha e muitas vezes gaguejava.....
Mas fazia parte ! Sempre tive gosto também pela leitura, algo incentivado pelo meu pai desde que aprendi a ler. Comecei como toda criança com contos de fada e gibis. Depois livros infantis e assim por diante.
Quando fiz 17 anos decidi que queria fazer faculdade de Jornalismo. Mas me lembro que na época a faculdade que eu queria não tinha o curso e eu optei por prestar vestibular para Direito.
Passei mas não fui fazer a faculdade. Fiquei sonhando um tempo....
Depois de um bom tempo, prestei para Jornalismo numa faculdade e fiz um ano. 
Não gostei da faculdade. Veja bem, era a entidade que eu não gostei , o curso eu tive a certeza que era isso mesmo que eu precisava fazer.
Os anos passaram e eu finalmente consegui entrar de novo na faculdade de Jornalismo como tanto sonhei.
Aos trancos e barrancos luto para concluí-la e ter meu diploma, tirar meu MTB.
Tranquei várias vezes por motivos financeiros mas nunca desisti, sempre fui persistente! 
Já ouvi de muitas pessoas que vou morrer de fome, que é uma profissão sem futuro, que é ilusão e que estou perdendo tempo e dinheiro. 
Mas é o meu sonho. Não quero ser a melhor, quero apenas tirar o meu diploma e tentar seguir em frente!! 
O que me deixa muito feliz e me dá forças para continuar é o apoio que sempre recebi da minha mãe e alguns professores! 
Tenho conseguido tudo até agora com muito suor, nunca foi nada na mão. 
Mas acredito que isso tem o seu lado bom, darei mais valor a tudo aquilo que eu conquistar. 
O mais importante não é estagiar no veículo mais conhecido. É saber que você possui jeito para a coisa, que aquilo nasceu com você. 
E outra, não exibo para ninguém o que eu vou fazer ou deixar de fazer. 
Este ano é mais desafiador da minha vida! Último ano da faculdade, tenho que lutar para conseguir continuar ($) e para apresentar um bom trabalho de conclusão de curso!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Verdadeiras mulheres: adultas por fora e meninas por dentro.

Minha mãe se casou por volta dos vinte e sete anos de idade. Ela conta que naquela época, isso era considerado "se casar tarde".  As moças daquela época com dezoito ou vinte anos já estavam casadas, tinham seus filhos e raramente trabalhavam fora.
Ainda bem que a realidade da mulher mudou. E mudou muito!
Hoje a mulher inteligente não se casa sem antes ter no mínimo uma faculdade, um emprego estável para não depender do marido e sim para ajudá-lo a custear as despesas e construir um futuro juntos.
É natural ver mulheres beirando os trinta anos ou com mais de trinta anos solteiras, felizes e bem sucedidas.
Por opção? Bem, em alguns casos sim, em outros porque estão esperando a pessoa certa ou até mesmo porque querem primeiro andar com suas próprias pernas conforme escrevi acima.
Já vi casos em que amigas que vão completar trinta anos simplesmente enlouquecem porque não casaram, não estão noivas  ou não namoram...
A neurose vem da cobrança que a sociedade machista e alguns pais fazem com suas filhas.
Quem disse que existe tempo ou idade exata para casar e ser feliz ?
Eu, aos trinta e um anos estou muito feliz do jeito que estou. Atualmente trabalho, faço minha faculdade, tenho algumas metas traçadas e faço sim planos de casar e ter filhos, porém não deixo que isso tire o meu sono. Vai acontecer na hora certa e com a pessoa certa.
Casar simplesmente pra mostrar que você não está sozinha e conseguiu fazer o que seus pais queriam que você fizesse nem sempre é o melhor a fazer.
O importante é estar bem consigo mesma e segura de suas atitudes.
Viva intensamente mas viva por você mesma e tenha certeza que o dia de hoje não volta! Aproveite !
Sejamos mulheres adultas e fortes por fora mas manhenha por dentro uma menina meiga e delicada, pois isso que completa a grande mulher! Seus sonhos, anseios e objetivos jamais devem ser abandonados.